11 de junho de 2008 | ✿Lidi Dimbarre Tullio ஜீ
E que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito não me tape os ouvidos e a boca, pq metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silencio.
Que a musica ao longe seja linda ainda que desperte tristeza.
Que os homens que amei sejam para sempre amados mesmo que distantes.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece, nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas como a única coisa que resta ao ser humano em um mínimo de sentimento.
Porque metade de mim é o que ouço e a outra metade é o que calo.
Que esta minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que esta tensão que me correu e me corre por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesma se torne agradável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei.
Que seja preciso mais do que uma simples alegria para me aquietar o espírito.
E que o silencio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte um resposta mesmo que ela não saiba, e que ninguém a tente
Complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia e a outra metade é canção.
E que minhas loucuras sejam perdoadas porque metade de mim é amor e a outra metade
Também.
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